Copa do Brasil: Fluminense vira sobre o Bahia no Maracanã e vai à semifinal

11

set

Copa do Brasil: Fluminense vira sobre o Bahia no Maracanã e vai à semifinal

Virada madura no Maracanã: pressão, bola parada e um zagueiro de 40 anos decisivo

Aos 40 anos, Thiago Silva subiu mais alto que todo mundo e decidiu. O Fluminense venceu o Bahia por 2 a 0 na noite desta quarta-feira, no Maracanã, virou a série e carimbou vaga na semifinal da Copa do Brasil. Depois do 1 a 0 para o Bahia em Salvador, o Tricolor carioca precisava de uma vitória por dois gols. Conseguiu com autoridade: pênalti convertido por Canobbio aos 54 minutos e cabeçada do capitão aos 83.

O roteiro foi de time que sabe jogar mata-mata. O Fluminense acelerou desde o início, empurrou o adversário para trás e sustentou o ritmo até a vantagem aparecer. O Bahia se segurou como deu na primeira etapa, fechou linhas, empurrou as ações para as laterais e contou com boa atuação do goleiro Ronaldo, mas a represa estourou no segundo tempo quando a pressão virou gol e a arquibancada entrou no jogo.

Com a bola, o Flu de Renato Gaúcho teve amplitude pelos lados com Serna e Everaldo, e criatividade por dentro com Nonato e Hércules se alternando entre infiltração e cobertura. Sem a bola, adiantou marcação e mordeu a saída baiana, principalmente em cima de Jean Lucas e Acevedo, para evitar ligações limpas com Everton Ribeiro. Do outro lado, Rogério Ceni apostou no contra-ataque com Kayky e na referência de Willian José, mas faltou campo para acelerar e sobrou trabalho para a defesa.

O 1º tempo foi de domínio territorial carioca e chances esparsas — cruzamentos perigosos de Guga, finalizações de média distância de Martinelli e um chute de Everaldo que raspou a trave. O Bahia respondeu pouco: travou o jogo, parou jogadas com faltas curtas e tentou esfriar o ritmo, segurando o 0 a 0 até o intervalo.

Veio a etapa final e o jogo saiu do controle baiano. Aos 54, Michel Araújo bloqueou cruzamento com o braço dentro da área. O árbitro Matheus Delgado Candançan apontou a marca da cal, sob protestos. Canobbio chamou a responsabilidade, bateu com segurança no canto e igualou o agregado. A partir dali, o Fluminense cresceu ainda mais, enquanto o Bahia sentiu o golpe e recuou por instinto.

Renato mexeu para manter o time agressivo e vivo na segunda bola. O Bahia até empurrou a equipe alguns metros à frente, mas não conseguiu criar volume real; quando chegava, esbarrava em Thiago Silva e Freytes pelo alto. Aos 83, a jogada que o jogo pedia: bola parada. Falta lateral bem batida, movimentação ensaiada, e Thiago Silva apareceu no tempo certo para testar firme, no canto, sem chance para Ronaldo. Maracanã em ebulição e vaga encaminhada.

Nos minutos finais, o Fluminense controlou posse e ritmo, empurrou o relógio para os escanteios curtos e matou o ímpeto do Bahia. Fábio quase não trabalhou em finalizações claras. A defesa carioca ganhou duelos, e o meio campo travou qualquer tentativa de bola esticada para Willian José.

Escalações iniciais confirmadas no estádio:

  • Fluminense (Renato Gaúcho): Fábio; Guga, Freytes, Thiago Silva, Renê; Martinelli, Nonato, Hércules; Serna, Canobbio, Everaldo.
  • Bahia (Rogério Ceni): Ronaldo; Gilberto, David Duarte, Ramos Mingo, Luciano Juba; Acevedo, Jean Lucas, Everton Ribeiro; Kayky, Michel Araújo, Willian José.

Arbitragem: Matheus Delgado Candançan. Bola rolou às 19h30 (local) no Maracanã.

Em termos de proposta, foi um jogo claro. O Flu assumiu o risco, ocupou o campo ofensivo e insistiu em cruzamentos com inversões rápidas, enquanto o Bahia tentou alongar jogadas com Kayky e proteger a área. O gol de bola parada coroou a superioridade nos duelos aéreos, especialmente no segundo tempo. Também pesou a leitura de Thiago Silva, que encurtou espaços, organizou a linha e apareceu na área para decidir.

Se havia uma dúvida antes da partida — se o Fluminense conseguiria manter intensidade por 90 minutos — ela ficou para trás. O time variou o ritmo sem perder o controle. Quando precisou acelerar, acelerou. Quando foi necessário respirar, prendeu a bola. Para o Bahia, o alerta fica para dois pontos: a defesa de cruzamentos no segundo pau e a quantidade de lances dentro da área que resultam em risco de pênalti.

Calendário, semifinal definida no papel e o foco do Bahia no Brasileiro

Calendário, semifinal definida no papel e o foco do Bahia no Brasileiro

A classificação tricolor coloca o clube entre os quatro melhores do país no torneio e injeta confiança num elenco que combina base experiente com peças de velocidade. A semifinal já tem datas: 10 e 14 de dezembro, conforme a atualização de calendário divulgada pela CBF em agosto. O adversário será conhecido após o encerramento das demais quartas de final.

Além do ganho esportivo, avançar de fase também pesa no caixa, com premiação mais robusta e casa cheia nos próximos jogos decisivos. O Maracanã respondeu, e o ambiente deve seguir forte para as semifinais.

Para o Bahia, o caminho agora é o Campeonato Brasileiro. A equipe volta a campo na segunda-feira, às 20h, contra o Cruzeiro, na Casa de Apostas Arena Fonte Nova. A missão é reagrupar, ajustar a bola parada defensiva e recuperar confiança. Com um calendário apertado e viagens longas, gerir minutos de Everton Ribeiro e calibrar a transição ofensiva com Kayky podem ser atalhos para voltar a pontuar bem.

O jogo deixa aprendizados claros para ambos. O Fluminense mostrou maturidade para virar uma série grande, sustentou intensidade e decidiu na experiência de um zagueiro que conhece o Maracanã como poucos. O Bahia resistiu enquanto pôde, mas precisará ser mais agressivo com a bola quando o adversário aperta alto — especialmente em mata-mata, onde uma janela de 10 minutos muda destinos.