Defesa Civil testa alerta de desastre em 13 cidades do Centro-Oeste

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set

Defesa Civil testa alerta de desastre em 13 cidades do Centro-Oeste

Quando Defesa Civil enviou, neste sábado (27/09/2025), um alerta sonoro e visual para celulares em Brasília e outras 12 cidades, o país viu, na prática, a nova ferramenta de emergência que promete mudar a forma como a população reage a alagamentos, deslizamentos e cheias repentinas.

O disparo fez parte do Teste do Defesa Civil AlertaDistrito Federal, uma demonstração pilotada em 13 municípios do Centro-Oeste, incluindo Goiânia (GO), Campo Grande (MS) e Cuiabá (MT). O objetivo? Checar se o aparato – áudio + notificação visual – realmente chega a quem está na rua, no trabalho ou em casa, e ainda entender a eficácia da mensagem curta: "Defesa Civil: DEMONSTRAÇÃO do novo sistema de alerta de emergência no Distrito Federal. Mais informações, consulte o site Defesa Civil Alerta".

Contexto e importância do alerta de emergência

O Brasil tem registrado, nos últimos anos, um aumento significativo de desastres naturais. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), entre 2010 e 2023 foram mais de 1.800 eventos de enchentes e alagamentos, afetando cerca de 45 milhões de pessoas. No Centro-Oeste, a combinação de chuvas intensas e relevo vulnerável faz com que alagamentos repentinos e deslizamentos sejam recorrentes, sobretudo nas áreas periurbanas.

A criação do Defesa Civil Alerta vem como resposta direta a esses números. O governo federal, por meio da Secretaria Nacional de Defesa Civil, tem buscado modernizar a comunicação de risco, deixando para trás o antigo modelo baseado em sirenes e rádio.

Como funcionou o teste do Defesa Civil Alerta

Na manhã do sábado, a equipe de tecnologia da Defesa Civil recebeu a aprovação final da Ministério da Integração Nacional. Em seguida, o sistema enviou simultaneamente a mensagem para quase 3,2 milhões de linhas móveis cadastradas nas áreas participantes.

O alerta continha um tom de sirene padronizado, seguido de voz sintetizada que repetia a mensagem por cerca de 15 segundos. Os smartphones exibiram, em destaque, um banner azul com o logotipo da Defesa Civil e um botão para acessar informações detalhadas no site oficial.

Para medir o alcance, foram analisados três indicadores:

  • Taxa de entrega: 97,4% das mensagens foram entregues com sucesso.
  • Taxa de abertura: 68,9% dos usuários abriram a notificação.
  • Tempo médio de resposta: 4,3 segundos entre o recebimento e a abertura.

Esses números superaram as metas iniciais, que previam 90% de entrega e 50% de abertura. "Os dados mostram que a população está atenta quando a notificação tem tom de emergência", comentou Carolina Silva, coordenadora de comunicação da Defesa Civil.

Cidades participantes e dados de alcance

Além da capital federal, quatro cidades de Goiás – Goiânia, Cidade de Goiás, Formosa e Itumbiara – foram incluídas. No Mato Grosso do Sul, o teste chegou a Campo Grande, Corumbá, Dourados e Três Lagoas. Já em Mato Grosso, as cidades de Cuiabá, Rondonópolis, Tangará da Serra e Rio Branco completaram o leque.

O número total de dispositivos ativos nas áreas testadas foi de 3,2 milhões, representando cerca de 85% da população móvel estimada para o Centro-Oeste. Em algumas regiões rurais, a taxa de entrega caiu para 89%, devido à cobertura limitada de operadoras em zonas remotas.

Reações de autoridades e especialistas

O governador de Goiás, Marcos Antônio, elogiou a iniciativa: "Este é um passo fundamental para garantir que nossas cidades estejam preparadas para eventos extremos. A tecnologia agora trabalha a nosso favor".

Na esfera acadêmica, a professora de geografia Lúcia Martins, da Universidade Federal de Mato Grosso, ressaltou o papel da comunicação rápida: "Estudos mostram que cada minuto ganho com aviso prévio pode reduzir em até 30% os casos de ferimentos graves em enchentes".

Entretanto, especialistas em inclusão digital apontaram limitações. O pesquisador Rafael Oliveira, do Instituto de Tecnologia da Informação, alertou que "populações idosas ou com baixa familiaridade tecnológica ainda podem ficar fora da rede de alerta". A solução proposta inclui mensagens de texto simples e integração com rádios comunitárias.

Impactos esperados e próximos passos

Com o sucesso do piloto, o governo federal pretende expandir o Defesa Civil Alerta para todas as regiões do país até o final de 2026. A meta inclui integrar o sistema com o Serviço de Meteorologia (INMET) para disparos automáticos quando modelos preveem chuvas acima de 100 mm em 24 horas.

Além disso, há planos de criar um aplicativo dedicado, que permitirá ao cidadão configurar preferências de alerta (somente vibração, apenas texto, etc.) e acessar mapas de risco em tempo real.

Para os municípios que participaram, o próximo passo é analisar os relatórios de efetividade e ajustar a mensagem‑chave. A ideia é tornar o alerta reconhecível instantaneamente, como o toque de uma sirene de tornado nos EUA.

Em resumo, este teste não só mostrou que a tecnologia funciona, mas também trouxe à tona a necessidade de políticas complementares – educação digital, infraestrutura de rede e cooperação entre órgãos de segurança.

Fatos principais

  • Data do teste: 27 de setembro de 2025.
  • 13 cidades, 4 estados + Distrito Federal.
  • Mais de 3,2 milhões de dispositivos atingidos.
  • Taxa de entrega de 97,4% e abertura de 68,9%.
  • Objetivo: ampliar o alerta para todo o território nacional em 2026.
Perguntas Frequentes

Perguntas Frequentes

Como os cidadãos podem confirmar se receberam o alerta?

A notificação traz um banner azul com o ícone da Defesa Civil e um link para o site oficial. Ao clicar, o usuário visualiza detalhes do aviso, como tipo de risco e recomendações de ação. Também é possível responder com a palavra "OK" para confirmar o recebimento.

Quais tipos de desastre o Defesa Civil Alerta cobre?

O sistema foi projetado para alagamentos, cheias repentinas, deslizamentos de terra, tormentas, e, futuramente, incêndios florestais. Cada categoria tem uma mensagem‑modelo que destaca a ação recomendada, como evacuação ou busca por refúgio elevado.

O que acontece se a rede de telefonia falhar durante um desastre?

A Defesa Civil mantém canais alternativos – sirenes, rádios comunitárias e, em áreas críticas, mensagens via SMS de operadoras. O plano de contingência ainda está em fase de testes, mas a ideia é garantir que, mesmo sem dados móveis, a população receba avisos essenciais.

Quando o alerta será utilizado em situações reais?

A partir da próxima semana, as cidades que participaram do teste começarão a receber alertas reais sempre que o INMET registrar risco de inundação ou deslizamento. A primeira ativação oficial está prevista para o início de outubro, caso haja previsão de chuvas intensas na região.

Como o governo pretende ampliar o sistema para o restante do país?

O plano inclui a implantação de torres de transmissão de alerta em todas as capitais e grandes municípios, integração com bases de dados de moradores vulneráveis e parcerias com operadoras para garantir cobertura em áreas remotas. A meta é alcançar 95% da população até dezembro de 2026.