Na noite de 28 de junho de 2025, LeBron James, aos 40 anos, fez o que muitos duvidavam que ainda seria possível: decidiu manter-se no Los Angeles Lakers por mais uma temporada, ativando sua opção de jogador no valor de $52,627,153. A confirmação veio diretamente de Rich Paul, CEO da Klutch Sports Group, à ESPN — um gesto que, por mais simples que pareça, redefine o futuro imediato da franquia mais glamorosa da NBA. Não é só dinheiro. É história. É legado. E, talvez, o último grande movimento de um homem que já fez de tudo no basquete.
Um contrato que fecha portas — e abre dilemas
James escolheu não negociar uma redução salarial para ganhar flexibilidade futura. Isso significa que, ao ativar a opção para a temporada 2025-26, ele descarta automaticamente a possibilidade de um novo acordo que incluísse uma opção para 2026-27. A decisão, embora previsível para muitos, foi surpreendente por sua definitividade. Ele não está jogando por dinheiro — já tem mais de $435 milhões em salários na carreira. Ele está jogando por controle. Por continuidade. Por um último suspiro de competição com o time que ele escolheu, não por obrigação, mas por conexão.
Os Lakers, por sua vez, ficaram presos em uma armadilha financeira. Com o teto de salário de segunda faixa fixado em $172,9 milhões para a próxima temporada, o salário de James representa 30,4% desse limite. Isso deixa o time praticamente sem espaço para contratar jogadores de alto nível no mercado livre em julho. O gerente geral Rob Pelinka, sob a supervisão da proprietária Jeanie Buss, agora precisa fazer malabarismos com trocas, contratos de mínima garantia e opções de draft para tentar montar um elenco que realmente apoie James e Luka Dončić, o esloveno adquirido na temporada passada.
Um time sem equilíbrio? O desafio de construir uma equipe em volta de um gênio
LeBron não é mais o jogador que dominava o jogo com velocidade e força. Ele é agora um líder estratégico, um pivô de jogo, um oráculo em quadra. Mas o basquete moderno exige mais do que inteligência — exige profundidade. Os Lakers têm um dos maiores salários da liga, mas o resto do elenco é frágil. A posição de centro é um vácuo. O banco de reserva carece de explosão. E o armador reserva? Quase inexistente.
Analistas como Adrian Wojnarowski, da ESPN, apontam que esta é a última chance de James de manipular seu contrato para ajudar o time — o acordo coletivo da NBA proíbe opções além da temporada seguinte sem consentimento mútuo. Ele escolheu não fazer isso. Por quê? Talvez porque ele já sabe: o time não vai ser campeão com o elenco atual. E talvez, justamente por isso, ele queira terminar sua carreira onde começou sua era de ouro — em Los Angeles.
Comparação com Curry: o preço da grandeza
Enquanto James recebe $52,6 milhões, seu rival histórico Stephen Curry, dos Golden State Warriors, leva $59,6 milhões — e ainda assim, sua renda total, incluindo patrocínios, chega a $156 milhões, segundo a Forbes Media LLC. Curry, que em 2017 assinou o primeiro contrato de $200 milhões da história da NBA, tem uma estrutura de marca que James ainda não alcançou no mesmo nível. Mas James tem algo que Curry não tem: uma carreira de 22 anos com dois títulos em Cleveland, dois em Miami e quatro em Los Angeles. Ele é o único jogador da história a jogar 22 temporadas e ainda atuar como estrela principal.
Isso não é só estatística. É mitologia esportiva.
O que vem depois? O relógio está correndo
A temporada regular começa em 21 de outubro de 2025. O prazo final para montar o elenco é 15 de outubro. E até lá, os Lakers precisam resolver algo crucial: ou encontram um centro de qualidade — talvez através de uma troca arriscada — ou aceitam que vão jogar com um elenco desequilibrado, dependendo demais de James e Dončić. A pressão é imensa. A expectativa é maior ainda. E o público, que já viu James vencer títulos com menos, não vai aceitar uma temporada de playoffs frustrantes.
Se os Lakers caírem cedo, a pergunta que paira no ar é simples: será que este foi o último ano de James como jogador ativo? Ou ele vai jogar mais uma temporada — em outro time — apenas para encerrar a carreira em casa?
Um legado em movimento
James entrou na NBA em 2003, escolhido em primeiro lugar no draft de Nova York. Sua trajetória já é lenda: Cleveland, Miami, de volta a Cleveland, e agora Los Angeles — onde ele viveu o auge da fama e do fardo. Ele não precisa provar mais nada. Mas ele ainda quer. E isso, mais do que qualquer salário, é o que move um homem de 40 anos.
Frequently Asked Questions
Por que LeBron James não reduziu seu salário para ganhar flexibilidade futura?
Apesar das especulações, James optou por manter o salário integral de $52,6 milhões para garantir estabilidade financeira e evitar riscos contratuais. A NBA proíbe opções além da temporada seguinte sem acordo mútuo, e ele não quis depender da vontade da diretoria para decidir seu futuro. Isso também sinaliza que ele está focado apenas na temporada 2025-26 — e talvez, na sua última.
Como o salário de James afeta as contratações dos Lakers?
Com o teto de segunda faixa em $172,9 milhões, o salário de James ocupa quase um terço do espaço disponível. Isso impede os Lakers de assinar jogadores de alto nível no mercado livre e os obriga a depender de trocas, contratos de mínima garantia ou opções de draft. A equipe precisa de um centro e um armador reserva — mas não tem recursos para atrair nomes de peso.
Qual é o impacto dessa decisão no legado de LeBron James?
Se os Lakers vencerem o título em 2026, James se torna o único jogador da história com cinco títulos e cinco MVPs. Se não vencerem, ele encerra sua carreira como o maior jogador de todos os tempos — mas sem um título final em sua última equipe. Isso pode ser visto como uma falha ou como um ato de lealdade, dependendo da perspectiva.
James vai se aposentar após a temporada 2025-26?
Ele não confirmou nada, mas a decisão de não negociar opções futuras sugere que ele está planejando encerrar a carreira após esta temporada. Aos 41 anos, jogar mais uma temporada exigiria uma recuperação física quase impossível. Ainda assim, se o time for competitivo, ele pode mudar de ideia — como fez em 2018, quando retornou a Cleveland.
Por que os Lakers não trocaram James antes da temporada?
Porque ninguém queria o salário dele. Ele é um ativo valioso, mas seu contrato é tão alto que só um time com muito espaço — e muita coragem — poderia assumi-lo. Além disso, James tem cláusula de não-transferência, e ele jamais aceitaria sair de Los Angeles. A franquia prefere apostar nele até o fim — mesmo que isso signifique sacrificar competitividade imediata.
O que os fãs podem esperar na próxima temporada?
Espera-se um time que brilhará em jogos individuais, mas lutará em séries longas. James e Dončić serão imparáveis em um contra um, mas a falta de profundidade pode ser fatal contra times bem equilibrados como Denver ou Boston. A temporada será mais sobre emoção do que resultados — e talvez, sobre despedidas.