Sport Club do Recife demite António Oliveira após sequência histórica ruim na Série A

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jun

Sport Club do Recife demite António Oliveira após sequência histórica ruim na Série A

Nova dança das cadeiras no Sport: António Oliveira é demitido após apenas quatro jogos

A temporada de 2025 do Sport Club do Recife está sendo uma verdadeira montanha-russa para quem acompanha o futebol brasileiro de perto. A demissão do técnico português António Oliveira foi confirmada no dia 4 de junho, pegando parte da torcida de surpresa, mas também refletindo a inquietação provocada pelos resultados desastrosos neste início de Série A. Oliveira, que tinha desembarcado no Recife há menos de um mês para tentar reverter a crise, não resistiu à pressão depois de apenas quatro partidas à frente do time.

Desde que assumiu o cargo, António Oliveira tentou reorganizar a equipe, mas a instabilidade técnica e emocional do elenco ficou exposta rodada após rodada. O time permaneceu travado na lanterna do campeonato, carregando o estigma do pior começo da história do Sport no formato atual de pontos corridos, implantado em 2006. A queda livre na tabela, aliada a atuações sem brilho e ao baixo aproveitamento de pontos, tornou insustentável a permanência do treinador. O português sucede Pepa, que já havia sido desligado após apenas sete jogos como comandante, deixando evidente o clima de tensão nos bastidores do clube.

Esse roteiro parece até déjà vu para quem acompanha o futebol brasileiro. Levantamento das últimas quase duas décadas mostra que 12 clubes já recorreram a duas trocas rápidas de treinador com 11 rodadas ou menos, buscando evitar o rebaixamento. Embora oito dessas equipes tenham conseguido escapar da degola ao fim da temporada, a estatística não conforta a torcida rubro-negra, que tem visto seu Sport Club do Recife patinar rodada após rodada, sem reação consistente em campo.

Pressão de todos os lados e futuro indefinido

Pressão de todos os lados e futuro indefinido

O clima nos corredores da Ilha do Retiro é de incerteza. Quem assumirá a missão de tirar o Sport do pesadelo ainda é um mistério. A diretoria corre contra o tempo para encontrar o perfil ideal — alguém que consiga não só estancar a sangria de derrotas, mas também resgatar o ânimo de um elenco visivelmente abalado.

Nos últimos jogos, a falta de confiança ficou clara. Erros simples, lentidão para reagir em campo e uma defesa cada vez mais vulnerável refletem um grupo sem alternativas táticas. O torcedor, fiel e apaixonado, já começa a demonstrar impaciência nas arquibancadas e nas redes sociais. Muitos questionam a formação do elenco e a instabilidade nas escolhas do departamento de futebol, que apostou alto em técnicos estrangeiros para tentar inovar, mas não conseguiu transformar expectativa em resultados concretos.

Entre os nomes especulados para substituir António Oliveira já circulam perfis tanto de técnicos brasileiros experientes quanto de estrangeiros dispostos a encarar o desafio. O contexto, porém, pede mais do que currículo: o próximo comandante precisará também de habilidade para lidar com um ambiente pressionado por resultados imediatos. O objetivo é óbvio: sair do buraco, ponto a ponto, jogo a jogo.

A mudança já está feita, mas a resposta do plantel e da diretoria nas próximas semanas será decisiva. Existe pressão, histórico, apostas e muita tensão em torno do Sport. O que resta é aguardar o novo nome e ver se o clube conseguirá se inspirar na minoria dos times que, após mudanças drásticas, reencontraram o caminho da recuperação no Campeonato Brasileiro.