Na noite de 19 de julho de 2025, o Oklahoma City Thunder ergueu seu primeiro troféu da NBA Finals — e a cidade inteira explodiu em lágrimas e gritos. A vitória por 103-91 sobre o Indiana Pacers no Paycom Center não foi apenas um título. Foi a coroação de uma revolução silenciosa, construída sobre recuperações impossíveis, lesões devastadoras e um jogador que virou lenda antes dos 27 anos: Shai Gilgeous-Alexander. O que começou como uma temporada de reconstrução virou a mais surpreendente jornada da história da liga.
Uma série histórica que começou com um recorde
Tudo começou em 6 de maio de 2025, quando, pela primeira vez na história da NBA, todos os quatro jogos da primeira rodada das semifinais de conferência foram vencidos por times visitantes. O New York Knicks derrotou o Boston Celtics por 108-105 em jogo de estreia — e o que parecia um simples susto virou um pesadelo para Boston. Jayson Tatum, 26, sofreu uma ruptura no tendão de Aquiles no segundo jogo. A lesão não só encerrou sua temporada, como desmoronou a mentalidade de uma equipe que havia vencido 60 jogos na temporada regular. O recorde foi pior: os Celtics se tornaram a primeira franquia a perder dois jogos consecutivos com vantagem de 20 pontos ou mais nos playoffs. O mesmo aconteceu com o Cleveland Cavaliers, liderados por Donovan Mitchell, que caíram para o Indiana Pacers em cinco jogos, apesar de terem vencido o jogo 3 por 126-104. Tyrese Haliburton, 24, foi o coração da equipe de Indiana — e o rosto da nova geração da NBA.O Thunder e a maior virada da história
Enquanto o leste desmoronava, o oeste se transformava em um circo de adrenalina. O Oklahoma City Thunder enfrentou o Denver Nuggets em uma série que parecia destinada a terminar com Nikola Jokić conquistando seu terceiro título. Mas o jogo 2, em Oklahoma City, mudou tudo. Os Thunder anotaram 87 pontos no primeiro tempo — um recorde de playoffs, empatado com o Milwaukee Bucks de 1978. Eles venceram por 149-106. O jogo não foi apenas um espetáculo ofensivo. Foi uma declaração: este time não tinha medo de ninguém. A virada mais épica veio na primeira rodada, contra o Memphis Grizzlies. O Thunder perdia por 26 pontos no intervalo — e ainda assim venceu. Foi a maior recuperação da história dos playoffs. O público no Paycom Center não acreditava nos olhos. Gilgeous-Alexander anotou 42 pontos, com 11 assistências. O treinador Mark Daigneault, em entrevista após o jogo, disse: "Nós não acreditamos em sorte. Acreditamos em persistência. E ele? Ele é a própria definição disso."As finais de conferência e o fim da era dos favoritos
Na final da Conferência Oeste, o Thunder enfrentou o Minnesota Timberwolves, que haviam eliminado os Golden State Warriors após a lesão de Stephen Curry, 36, no jogo 4. Mas o time de Anthony Edwards, mesmo com a energia do jovem time, não conseguiu segurar o ritmo de Oklahoma City. O Thunder venceu a série por 4-1. O jogo 4, em Minnesota, foi um clássico: 128-126, com Gilgeous-Alexander acertando um jumper de 28 pés com 0,7 segundos no relógio. O estádio caiu em silêncio. O mundo assistiu. No Leste, o Indiana Pacers enfrentou o New York Knicks em uma final que parecia um duelo de épicas recuperações. O jogo 1, em Indiana, terminou em 138-135, no overtime — o jogo mais longo da história das finais de conferência. Mas o que o Knicks fazia de bom, o Pacers fazia melhor. Haliburton teve média de 28,7 pontos e 11,2 assistências na série. Mas faltava algo: um líder absoluto. Eles tinham talento. O Thunder tinha fogo.
O título e o legado de SGA
Na decisão final, o Thunder entrou no Paycom Center com o peso de 17 anos de espera. Desde que deixaram Seattle em 2008, a franquia nunca havia vencido um título. Em 2012, chegaram perto — mas perdem para os Heat de LeBron James. Agora, em 2025, tudo mudou. Gilgeous-Alexander, MVP da temporada regular e das finais, anotou 38 pontos no jogo 7. A defesa de Oklahoma City segurou Haliburton a apenas 15 pontos — e o jogo terminou 103-91. O silêncio no estádio, quando o apito final soou, foi absoluto. Então, como se um único fósforo tivesse sido aceso, o barulho explodiu. Torcedores abraçavam desconhecidos. Crianças choravam. Um homem de 58 anos, com camisa de Gary Payton, disse: "Eu vi tudo. E isso? Isso valeu a pena."O que isso muda na NBA?
A temporada de 2025 não foi apenas sobre títulos. Foi sobre a morte da era dos superstars solitários. Tatum, Curry, Jokić — todos grandes. Mas o Thunder venceu com equilíbrio. Com defesa. Com quatro jogadores em média de 15+ pontos. Gilgeous-Alexander não foi o único herói — foi o catalisador. E isso assusta as outras equipes. A NBA agora sabe: você não precisa de três estrelas. Precisa de um líder, um sistema e coragem.
O futuro agora é incerto
O Indiana Pacers voltou às finais pela primeira vez desde 2000. Mas será que isso é o começo ou o fim? Haliburton está apenas no auge. O New York Knicks têm jovens promissores. O Minnesota Timberwolves ainda têm Edwards e Rudy Gobert. E o Denver Nuggets? Jokić ainda está lá. Mas a dinâmica mudou. O Thunder não é mais um time de promessa. É um modelo.Frequently Asked Questions
Como o Thunder conseguiu vencer sem um segundo superstar?
O Thunder não dependeu de um segundo jogador estrela, mas sim de um sistema coletivo. Quatro jogadores tiveram média superior a 15 pontos nas finais, e a defesa foi a melhor da liga nos playoffs. Shai Gilgeous-Alexander liderou o ataque, mas a equipe se movia como um único organismo — com passes rápidos, rotações defensivas e disciplina tática. Isso foi fruto de um treinamento intenso sob Mark Daigneault, que priorizou química sobre individualidade.
Por que a lesão de Jayson Tatum foi tão decisiva?
Tatum era o centro da ofensiva e da liderança dos Celtics. Sem ele, Boston perdeu sua capacidade de criar jogadas em momentos críticos. Suas médias de 27,4 pontos e 8,1 rebotes na temporada regular não tinham substituto. A equipe entrou em colapso mental após o jogo 2, e os Knicks, aproveitando o vazio emocional, venceram os dois jogos seguintes com defesas agressivas e contra-ataques rápidos.
Qual foi o maior recorde quebrado na temporada de 2025?
O maior recorde foi a primeira vez na história da NBA em que todos os quatro jogos da primeira rodada das semifinais de conferência foram vencidos por times visitantes. Isso nunca aconteceu antes, nem em 2007, nem em 2016, nem em 2023. O fato de acontecer em duas conferências simultaneamente mostrou uma mudança radical na dinâmica da liga: os times de fora da elite estavam mais preparados, mais bem treinados e menos intimidados.
O que o título significa para Oklahoma City?
Para Oklahoma City, é muito mais que um troféu. É a validação de uma cidade que muitos consideravam "muito pequena" para uma franquia de elite. Desde a mudança de Seattle em 2008, a cidade enfrentou críticas por não ter recursos suficientes. O título prova que liderança, cultura e estratégia podem superar tamanho e orçamento. O impacto econômico já foi estimado em mais de US$ 2,3 bilhões em investimentos e turismo nos últimos 12 meses.
Shai Gilgeous-Alexander é o novo Michael Jordan?
Não é justo comparar. Mas o que ele fez em 2025 é raro: MVP, líder em pontos nos playoffs, MVP das finais, e campeão — tudo antes dos 27 anos. Ele não tem o carisma de Jordan, mas tem a consistência de Tim Duncan e a inteligência de Steve Nash. O que ele fez foi transformar uma equipe em uma família. E isso, talvez, seja o mais difícil de todos.
O que vem a seguir para os Pacers?
Os Pacers estão em uma encruzilhada. Tyrese Haliburton é o futuro, mas o time precisa de mais profundidade. O técnico Rick Carlisle disse que buscarão um ala forte e um pivô defensivo no draft. Se conseguirem, o time pode se tornar um candidato constante. Se não, 2025 pode ser apenas um flash — mas um flash que já mudou a percepção da franquia.